Morre Silvio Santos, ícone da TV brasileira, aos 93 anos

O Brasil perdeu neste sábado (17) um de seus maiores ícones da televisão, o empresário e apresentador Silvio Santos, que faleceu aos 93 anos. A notícia foi confirmada pelo SBT, emissora fundada por ele, através das redes sociais. Silvio estava internado em um hospital particular em São Paulo desde o início deste mês.

Silvio Santos, cujo nome de batismo era Senor Abravanel, nasceu em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Filho de imigrantes judeus, Alberto e Rebeca, ele foi o mais velho de cinco irmãos. Sua trajetória começou de forma humilde, trabalhando como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, vendendo canetas e capas de plástico. Mas, já na juventude, demonstrou talento para a comunicação, atuando como locutor de rádio.

O caminho para o estrelato na TV começou em 1958, quando assumiu a empresa Baú da Felicidade e, no ano seguinte, estreou na televisão com o programa "Hit Parade", na TV Paulista. Mas foi em 1963, com a estreia do Programa Silvio Santos, que ele se consolidou como um dos maiores nomes da televisão brasileira. Com um carisma inigualável e bordões como “Quem quer dinheiro?”, Silvio conquistou o público e manteve uma presença forte na TV por mais de cinco décadas.

Em 1981, Silvio Santos fundou o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que se tornaria uma das maiores redes de televisão do país. Sob sua liderança, o SBT apresentou programas icônicos como "Show de Calouros", "Qual é a Música?" e "Porta da Esperança", que se tornaram parte da cultura popular brasileira.

Além de empresário e apresentador, Silvio também foi um fenômeno da música, especialmente com suas marchinhas de Carnaval, como "Coração Corintiano" e "A pipa do vovô". Sua popularidade foi tamanha que, em 1989, ele chegou a anunciar sua candidatura à presidência da República, mas teve sua candidatura indeferida pelo TSE.

A vida pessoal de Silvio também foi marcada por momentos dramáticos, como o sequestro de sua filha Patrícia, em 2001, que culminou com o próprio Silvio sendo mantido refém por sete horas em sua casa. O caso teve desfecho pacífico após intervenção do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Nos últimos anos, Silvio enfrentou desafios de saúde, incluindo uma infecção por Covid-19 em 2021, após a qual ele voltou a gravar seu programa, ainda que em um ritmo mais lento. Seu último programa foi marcado por alegria e nostalgia, com a famosa música de abertura "Silvio Santos vem aí".

Silvio Santos deixa sua esposa, Íris Abravanel, com quem era casado desde 1978, e suas filhas Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata, além das filhas Cíntia e Silvia, do primeiro casamento com Cidinha, que faleceu em 1977.

A morte de Silvio Santos encerra uma era na televisão brasileira, deixando um legado inigualável de entretenimento e empreendedorismo. O apresentador será lembrado como uma figura única, que não apenas divertiu gerações, mas também ajudou a moldar a televisão no Brasil.