O ex-vereador de Araújos, Lucas Daniel Coelho, de 33 anos, foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) pelo homicídio qualificado do professor Jhonathan Silva Simões, de 31 anos, que era seu ex-noivo. O crime, que chocou a cidade de Formiga, foi registrado no último dia 29 de maio, no bairro Sagrado Coração de Jesus, na região Centro-Oeste do estado.
Segundo a PCMG, Lucas foi indiciado por homicídio qualificado pelos recursos de emboscada e pela impossibilidade de defesa da vítima. Após o crime, o ex-vereador apresentou-se à Polícia Civil no dia 5 de junho, acompanhado de advogados, e optou por ficar em silêncio durante o interrogatório. Sua prisão, inicialmente temporária, deverá ser convertida em preventiva.
CRIME FLAGRADO POR CÂMERAS
Imagens do sistema de videomonitoramento Olho Vivo flagraram a ação. No dia dos fatos, um carro preto, sem placas, chegou à residência da vítima.
O ex-vereador foi visto esperando a chegada de Jhonathan e, no momento em que o professor estacionava, efetuou os disparos fatais.
Após o crime, Lucas fugiu no veículo, que havia sido alugado na cidade de Bom Despacho, a 113 quilômetros de Formiga. Um dia antes de sua apresentação à polícia, o carro foi devolvido ao proprietário pelo advogado do investigado.
RELACIONAMENTO MARCADO POR AGRESSÕES E AMEAÇAS
De acordo com as investigações, Lucas e Jhonathan mantiveram um relacionamento amoroso por cerca de um ano, marcado por episódios de agressões e ameaças. No dia 15 de fevereiro deste ano, a vítima chegou a registrar um boletim de ocorrência, denunciando agressões físicas, danos ao seu veículo e ameaças de morte. Entre as ameaças relatadas por Jhonathan estava a frase: “Vou derramar seu sangue, você vai sofrer o luto em Formiga.”
Ainda segundo o delegado Ricardo Augusto de Bessas, a situação entre os dois piorou após a vítima descobrir que havia contraído o vírus HIV. A vítima teria se sentido prejudicada, pois o ex-companheiro seria soropositivo e não havia informado sobre sua condição de saúde no início da relação.
PREMEDITAÇÃO COMPROVADA
A PCMG confirmou, por meio da análise de mensagens e de dados extraídos de aplicativos, que o crime foi premeditado e que havia um padrão de violência no relacionamento. O inquérito foi concluído e será enviado ao Ministério Público. O investigado segue preso, à disposição da Justiça. As investigações foram conduzidas pelas delegacias regionais de Formiga e Bom Despacho, com apoio da Polícia Militar e do Ministério Público.
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